quinta-feira, 4 de junho de 2015

Intelectuais da Igreja na Baixa Idade Média: nas Universidades.

Por Vitor Reis*, Renato Queiroz**. RESUMO: Este artigo tem como assunto central. Os Intelectuais na Idade Média, e trazendo todo o seu contexto histórico. Na Baixa Idade Média, e tratando especialmente dos Intelec-tuais nas Universidades Européias. Sua origem, sua importância. E como a Universida-de se tornou uma grande questão política e cultural. SUMMARY: This article has as its central subject. Intellectuals in the Middle Ages, and bringing all their historical context. In the Middle Ages, and especially in the case of Intellectuals in European Universities. Its origin, its importance. And as the University became a major political and cultural issue. A Sociedade Européia Medieval era plural, como em todo momento histórico teve questões culturais, religiosas, institucionais que deixaram cicatrizes fortíssimas de herança nas gerações vindouras. O Período que nomeado de a Noite de Mil Anos, pe-los Iluministas dura cerca de dez séculos (V-XV). Dois pontos são de destaque: primei-ro, que para muitos Historiadores é considerada uma extensão da Idade Antiga. E se-gundo, sobre esta Sociedade que será construída a Europa Moderna. O fim da Idade Média é um período de agitação. A queda do surto demográ-fico, depois o seu refluxo agravado pelas fomes a pestes, das quais a de 1348 foi catastrófica, as perturbações na alimentação da economia ocidental em metais preciosos que provocam fome de prata e depois de ouro, fome agudi-zada pelas guerras – guerra dos Cem anos, guerra das Duas Rosas, guerras Ibéricas, guerras italianas -, tudo concorre para acelerar a transformação das estruturas econômicas e sociais do Ocidente. A evolução da renda feudal, que massivamente assume forma monetária, perturba as condições sociais. Aprofunda-se o fosso que separa as vítimas dos beneficiários desta evolução. A linha divisória passa pelo centro das classes urbanas (LE GOFF, 1984, 125). Para Franco Cambi, O “Outono da Idade Média” chega devido ao desequilí-brio que entra a Baixa Idade Média. É em meio a todo esse caos. É o Poder Político que vem socorrer O Poder Econômico. A tal ponto que ocorre uma simbiose entre e Poder Político e o Poder Econômico, onde não se enxerga. O Primeiro e o Segundo e nem tão pouco o seu início e o seu fim. Pois, a Idade Média é uma Sociedade de pouco ou nenhuma mobilidade social. Dependendo de relações interpessoais com o Rei e a Nobreza, para mover-se socialmente. E é Jacques Le Goff, que nos esclarece isso: O poder político vem em auxílio das forças econômicas. Durante séculos vai sustentar o Antigo regime. É a era do Príncipe. É servindo-o, fazendo, poder, seu funcionário ou cortesão, que se ganha riqueza, poder, prestígio. Com-preenderam-no os antigos poderosos, que se ligam às tiranias e às monarqui-as ao mesmo tempo em que outros homens vindos de novo, que se insinuam entre eles graças ao favor do príncipe. Neste contexto vai desaparecer o Intelectual da Idade Média. O Primeiro plano da cena cultural vai ser ocupado por uma nova personagem; o Huma-nista. Mas este só no fim dará o empurrão que fará desaparecer o seu ante-cessor (LE GOFF, 1984, 126). Para Maria L. de Arruda Aranha, as Universidades Medievais são uma releitura das Universidades Superiores da Idade Antiga, que serve como um paradigma para a cultura. Assim, a Universidade não tinha conotação alguma ligada a ensino ou Educa-ção. No entanto, representava toda e qualquer Assembléia Corporativa de profissio-nais, que acaba sofrendo influencia burguesa esperançosa de mobilidade social. Ambos, Le Goff e Aranha são unânimes quando destaca Pedro Abelardo como o mais atraente dos Intelectuais da Idade Média, quando se fala em poder de discursar. No Século XII as Universidades tendem a reler-se internamente para dar conta de atender os novos atores sociais medievos, que a cada instante modernizava-se. Assim, que conforme aumenta o status da Universidade muda no tempo. A Instituição passa a ser alvo de disputa entre os reis e a Igreja, isso é um fenômeno quase que universal no tempo medievo. A universidade mais Antiga que se tem notícia talvez seja a de Salerno, na Itá-lia, que oferecia o curso de Medicina, desde o século X. No final do século XI (em 1088) foram criadas as universidades de Bolonha, na Itália especializada em Direito, e no século seguinte, a de Teologia, em Paris. Na Inglaterra desta-cam-se a de Cambridge e a de Oxford, com predominante interesse estudos pelos estudos científicos como matemática, física e astronomia. Outras for-mam criadas em Montpellier, Salamanca, Roma e Nápoles. Nos territórios Germânicos, as Universidades de Praga, Viena, Hiedelberg e Colônia só apre-cem ao final do século XVI. Ao longo da Idade Média foram fundadas mais de oitenta na Europa Ocidental (ARANHA, 2006, 110 p.). Para acrescentar no assunto da origem das Universidades. Segundo Mario Alighero Manacorda, a origem se situa no anseio de Clérigos em busca Mestres famo-sos, que deste nasce o fenômeno chamado Clerici Vagantes. Condenado pelas Autori-dades Eclesiásticas. Segundo Antonio Gramsci, na sua obra: A formação dos Intelectuais. Todo e qualquer grupo social tem seus Intelectuais. Portanto é algo enigmático conceituá-lo. Existem dois padrões triviais. O primeiro é o Intelectual Orgânico. Esse é oriundo de uma categoria importante do modelo de produção vigente. O Empresário Capitalista é um padrão deste modelo de intelectualidade, ainda que sendo da prateleira de cima do resíduo social, é um orientador e direcionador das massas. Ocorre uma situação relacional da atividade intelectual e a própria sociedade Prosseguindo, Gramsci em sua obra destaca outra categoria de Intelectuais: Os Eclesiásticos. Destacando que, para Gramsci em toda a sociedade existem Intelectuais Tradicionais. E o resíduo de ideologias econômicas, ou seja, os novos Intelectuais – são os Revolucionários. No pensamento de Gramsci ocorreu um domínio dos Intelectuais Eclesiásticos, na Noite Gótica, na Noite de Mil anos – Idade Média. Tudo que tocavam dominavam como um grande polvo: a Ciência; a Justiça; a Moral; a Filosofia; a Escola; o Ensino. E todas as Instituições que pudesse erguer um poder concorrente. Tornando-se uma In-telectualidade Orgânica com estreitos laços com dominadores Sociais. Tudo isso tinha um preço, as rivalidades se aguçaram. Nesse período arvora também a Aristocracia Togada. Conjuntamente, a pluralidade de Mentalidade Tradicional é uma ajudadora mútua na história, para se conservarem independentes e ornados de um memorial autônomo. No Ponto de vista de Gramsci é errôneo o Trabalho Intelectual do conjunto de relações sociais. Igualmente, cada respectivo grupo que os representam – admiti toda a complexidade orgânica e generalista da Sociedade. Todos nós seres humanos somos Intelectuais, e discordando em suas posições profissionais. A separação é devido a re-ferendar-se ao caráter profissional. Assim para Gramsci não existe o não intelectual. A divisão social do trabalho é a expressão da fragmentação da Sociedade. A desigualda-de social atinge e divide o trabalho intelectual e manual; citadino e campestre. Assim. O tipo de divisão de trabalho corresponde á estrutura de Classes da Sociedade. Como os universitários enobreceram-se? Primeiramente, tornou-se uma Classe ou Estamentos de privilégios. Em meio a um tempo tão áridos economicamente, eles lucram com os pagamentos de lições. Mesmo com a oposição da Igreja. Originam-se uma redução de ensino gratuito nas universidades, com base me seus respectivos esta-tutos. Assim se extingue essa alimentação das universidades em estudantes de condição modesta, que tinham sido o fermento das faculdades. A partir de então, não mais a elas terão acesso, a não ser aqueles que forem sustentados por um protector desejoso de retê-los junto de si ou aqueles que se conten-tarem com uma existência de boêmia onde as ambições intelectuais são se-cundária – um Villon ( LE GOFF, 1984, 127p.) Um exemplo de excentricidade ocorreu na decisão dos Doutores em Direito da universidade de Pádua. Mostra à proporção que as coisas tomaram na relação Mes-tre-Estudante. Por volta de 1400 elaboram um estatuto, que estabelecem uma escala gradativa de aumento de remuneração dos Mestres, de contra partida os Estudantes Bolsistas mantém suas Bolsa congeladas. Isso mostra outra simbiose entre a Política Universitária e a Economia Européia de 1450-500. Essas Autoridades quando tomam tal atitude, com o objetivo de não estabelecer ligação entre o custo de vida e os salá-rios. Percebe-se uma ligação estrita entre economia e Educação. Os Universitários flutuam em torno de Estamentos Sociais que vivem de modo econômico feudal: quer feudal-tradicional; feudal-senhorial e feudal-capitalista. Até porque é deste modelo econômico que os Universitários construíram suas maiores fontes de renda. Mesmo em meio aos caos Social, que vivia a Idade Média do século XIII em diante. A vida de Universitário não era tão glamorosa assim, existe outro lado da moeda: Assiste-se à decadência da riqueza de numerosos Universitários, casa e ter-ras vendidas uma a uma. Daí a obstinação no recebimento de outros proven-tos: pagamentos dos estudantes, salários devido aos exames. Daí também a renovação de parte do pessoal universitário, com base nas suas possibilida-des econômicas. Daí, finalmente, as razões de natureza financeira que lava-rão os universitários para novos centros de riqueza, para cortes dos prínci-pes e dos mecenas eclesiásticos ou laicos (LE GOFF, 1984, 129p.) Quando olhamos a Sociedade Medieval pelo prisma, de Durkheim os Intelectu-ais estavam inseridos em uma Sociedade de pouca mobilidade, de uma Solidariedade Mecânica, ou seja, o indivíduo é tratado como coisa. Uma Sociedade com o Direito Repressivo (baseado em prevenções); sem a divisão social do trabalho; a Consciência era pequena; as funções no trabalho eram iguais; uma Sociedade com pouca diferen-ciação social; uma Sociedade Linear e menos dependente que a Moderna. A Sociedade Medieval baseada na diferença entre a superioridade do Clero e Nobres por situarem no primeiro Estamento Social. Na lógica do tempo Medievo é natural. O Sociólogo Marx Weber, o Estamento é baseado em tradição; sangue; Famí-lia; é um grupo restrito; o dinheiro na lhe dá acesso, e esta Sociedade é adestrada com o a dominação tradicional . O Social e Político atingiram questão da Educação. Agora, na Educação ergue-se uma espécie de Nobreza. Constrói-se toda uma estrutura para se acomodar-se sobre ela sem maiores problemas. Em Pádua é decretada em 1394 a entrada gratuita no colégio dos juristas pa-ra todo doutor que pertença à descendência masculina de um doutor, mes-mo que um dos intermediários não tenha sido doutor. Em 1409 precisa-se que um filho de doutor deve ser sujeito a exame gratuitamente. Esta forma-ção de uma Oligarquia Universitária contribuía simultaneamente para reduzir significativamente o nível intelectual e para conferir ao meio universitário uma das características essenciais da nobreza: a hereditariedade. Constituía-se uma casta (LE GOFF, 1984, 129p.). Os Universitários adotam uma vida que muitas vezes não podiam sustentar por muito tempo era um risco a ser corrido, pois queriam conquistar a Nobreza. E move se todas as peças do tabuleiro para fazer parte da mesma. Para ascenderem a uma aristocracia, os universitários adoptam um dos habi-tuais dos grupos e dos indivíduos dos grupos e dos indivíduos para ingressa-rem na nobreza [...] Dos seus hábitos e dos atributos da sua função faz em símbolos de nobreza. A cátedra, cada vez mais decorada de um espaldar de características senhori-ais, isola-os, exalta-os, glorifica-os [...]. As casas dos universitários tornam-se luxuosas [...]. Os túmulos são verdadeiros monumentos [...] (LE GOFF, 1984, 130p.). Para Le Goff, a Ciência tornou-se uma ferramenta de poder político e econômi-co. São os Intelectuais que volumeiam as fileiras que faz distanciamento entre o tra-balho manual do intelectual – divide as profissões. Efetua-se uma separação oficial entre o técnico e o científico. Toda essa aristocratização da Sociedade desdobra-se no grau de importância que ganha a Instituição chamada Colégio. Muitos são notáveis sem dúvida tomam uma proporção institucional incrível. Todavia, o grande destaque ainda eram as Universidades. As universidades tornavam-se assim potências ancoradas no meio do tempo-ral, proprietários cujas preocupações econômicas a administração dos negó-cios corporativos, das casas senhoriais. Os selos que haviam sido a insígnia da corporação transformavam-se nas armas da dama (LE GOFF, 1984, 134 p.). Outro ponto a ressaltar é a Escolástica, que é mais nobre das expressões da Filosofia Cristã Medieval. Seu auge é no século XII-XIII. Assim, nomeada por se lecio-nada nas Escolas. Scholacsticus era o nome dado a quem lecionava das artes liberais, que mais a frente atingiria os professores e Teologia Filosofia, sobre uma nova no-menclatura magister. A Escolástica cumpre um grande papel para os Intelectuais na Idade Média. Após o trabalho enciclopédico dos sábios da primeira parte da Idade Média, a escolástica iniciou a sistematização da doutrina, recorrendo cada vez mais ao concurso da razão. As Universidades serão o foco, por excelência, dessa fermentação intelectual. Até entre os fiéis, mesmo quando não se despreza-va a religiosidade, o gosto pelo racional se tornava evidente. Enquanto na Idade Média, com a urbanização, a sociedade tornou-se mais complexa e as heresias aumentaram, prenunciando as rupturas na unidade secular da Igreja (ARANHA, 2006, 114). O Divórcio entre a razão e a fé tem como referencial o franciscano Guilherme de Ockham. É a partir dele que a Teologia começa se perseguida pela Escolástica. Nasce uma busca pela estabilidade “Fe-razão”. A Origem da separação está em Duns Escoto. Para Duns Escoto, Deus é um ser tão acima da percepção humana, que razão humana não tem como dimensioná-lo. Pois, Deus está no cerne da Teologia, e conse-guintemente fora do alcance da razão. Ockham conduz a ideia de Duns Escoto, e de-pois de Ockham as questões redimensionam-se. Depois de Ockham, as questões diminuem em número e concentram cada vez mais sobre a omnipotência e o livre arbítrio. Simultaneamente rompe-se todo e qualquer equilíbrio entre a natureza e a graça. O homem pode cum-prir com tudo aquilo que Deus exige dele, mesmo que esteja fora da graça. O ensino dogmático perde todo o alcance. O conjunto dos valores acha-se sub-vertido. O bem e o mal já se não excluem necessariamente. As forças huma-nas não podem ser discutidas senão em termos naturais, confrontadas com a experiência (LE GOFF, 1984, 137p.). O grande acontecimento a destacar é que muitos dos Sábios Medievos tinham Instituições de grande destaque, que num determinado momento sai da inércia medi-eval, e rumam para escavara às bases do Renascimento. Que é fruto de embate, relei-tura, e inovação de diversas ideologias. A Escolástica é sepultada pela Ciência Racional sem sequer ter um enterro de honras. Consequentemente, os Universitários se unem a Espiritualidade Humanística. Resta acrescentar que eles contribuíram poderosamente para o descrédito do racionalismo que, ele, teria sido capaz de moldar os espíritos dos intelec-tuais e de lhes dar, mais cedo, hábitos mentais e métodos necessários ao progresso da ciência. Enveredaram por becos sem saída (LE GOFF, 1984, 139 p.). As ideias políticas e o momento histórico do final da Idade Média elevam as Universidades de simples Instituições de “debates” para uma Instituição Política, ativis-ta. Uma referência a inspiração de um sentimento romântico nacional. Pois, contribu-em para uma nova ideia de Estado. Vem á tona uma busca pela afirmação de um: Es-tado Laico, Autônomo, que tinha como principal meta era o divórcio do Direito e a Moral. O Estado todo-poderoso reivindica todos os direitos relativos à vida social cu-ja unidade é fortemente proclamada, detém o poder legislativo, executivo, jurídico. É universal: num dado território nenhum súbdito pode escapar á au-toridade do príncipe. Concretamente, o Estado laico não se satisfaz com a re-jeição da Igreja para o domínio espiritual; reclama para si mesmo a uma mis-são espiritual, o direito de administrar também esse domínio (LE GOFF, 1984, 147 p.). As Universidades com essas ideias darão muitos frutos, e dentre eles muitos arautos, ainda que paradoxais, e divergentes como: Maquiavel; Lutero; Hobbes; Rous-seau. Todavia, o grande destaque é Ockham, devido as suas ideias visionárias no sécu-lo XIV. As teorias políticas de Ockham e o averroísmo político se defendem uma te-se extrema ultrapassando em muito as condições do século XIV, mas que te-ve um eco considerável – estão de acordo com uma tendência geral da re-flexão intelectual aplicada ao exame da evolução política. Essa tendência, toma partido pela fragmentação da cristandade. Adopta o particularismo (LE GOFF, 1984, 147 p.). A universidade de Praga é primeira que podemos chamar da Nacional. É ergui-da em um ambiente turbulento. A Instituição não é diferente das outras Universidades é dominada pelos Mestres e Estudantes Alemães. E se multiplicam quando se mudam de Paris na época do Grande Cisma. Agora, tem embates étnicos e corporativistas. Os Estudantes Alemães não tardam a erguer Leipzig, e a deixar Praga. Outra Insti-tuição de destaque é a universidade de Paris, que tem codinome de “a Filha mais ve-lha do rei da França” e a grande Juíza Teológica. A sua reputação é imensurável, mais ainda tem uma relação íntima como o Papado. Mas, ela não escapa do efeito do Cis-ma – desequilibra-se, tendo que fazer uma escolha. Fica com o Papa da Avinhão. Ao mesmo tempo, que tem o amparo papal, quer uma relação mais direta e íntima coma a Monarquia. Assim, as Universidades triunfam no Concílio de Constança e é apenas uma fi-gura decorativa do Concílio da Basiléia. As Universidades se abriram ao Humanismo ao se distanciarem do domínio Papal. Os Humanistas viviam sob a diretriz monárquica: servia-a diariamente; no silêncio dos Castelos; na tranqüilidade; na ociosidade. “Assim abandonam os humanistas uma das tarefas fundamentais do intelectual, o contacto com a massa, a ligação entre a ciência e o ensino” (LE GOFF, 1984, 165 p.). Este colap-so só chega ao fim com a Contra-Reforma. Ainda na questão dos humanistas é só ob-servar como Le Goff descreve-o sinuosamente: ...Se o Intelectual da Idade Média acabou por atrair a sua vocação para cienti-ficamente, fê-lo renegado a sua própria natureza. Humanista toma aberta-mente o espírito, o gênio por divisa, mesmo quando fraqueja sobre os textos ou quando a sua eloqüência soa falso. Escreve para os iniciados... Sim o ambiente que nasce o humanista é muito diferente do buliçoso estalei-ro urbano – aberto a todos, interessado em fazer progredir simultaneamente todas as técnicas e em unificá-las numa economia comum – em que se for-mara o intelectual medieval. O meio ambiente do humanista é o do grupo, da Academia fechada e quando o verdadeiro humanismo conquista Paris não é ensinado nas Universidades, mas nessa Instituição destinada a uma elite: o Colégio dos Leitores Reais, o futuro Colégio da França (LE GOFF, 1984, 161 p.). Outro grande nome re forçar a posição de Le Goff, quanto ao Humanismo é Manacorda na particularidade que tem o humanista: Humanismo nasce aristocrático, e, embora nenhum outro movimento cultu-ral tenha dedicado maior atenção, todavia o renovado contato com os clás-sicos gera nos novos intelectuais uma aversão não somente pela cultura me-dieval, mas também pela sua forma tradicional de transmissão, a escola (MA-NACORDA, 2006, 175p.). Em suma, a Universidade é uma Instituição chave para entender a Intelectuali-dade da Sociedade Medieval. É o centro da Intelectualidade, e uma peça importante que passa a interessar o Papado e o Rei. A Universidade e os Intelectuais sofrem com os acontecimentos externos como os próprios fenômenos sociais: O Cisma do Oriente e o Humanismo. Mas, elas estavam sempre sofrendo releituras. Uma Instituição que começa com a função de debate se transforma utilidade, e ás vezes em árbitra teoló-gica. Ganham status e força. E sem dúvida, que os principais intelectuais da Idade Mé-dia saíram das Universidades. Bibliografia: ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação de da Pedagogia: geral e do Brasil. 3ª Ed. Ver e ampli. São Paulo. Moderna, 2006. CAMBI, Franco. História da Pedagogia. Tradução: Álvaro Lorencini. São Paulo. Fundação Editora da UNESP (FEU), 1999. LE GOFF, Jacques. Os Intelectuais na Idade Média. Tradução: Margarida Sérvu-lo Correia. 2ª Ed.? Editora Gradiva, 1984. GRAMSCI, Antonio. A Formação dos Intelectuais. Tradução e notas: Serafim Ferreira. Editora Robson Achimé, Rio de Janeiro? MANACORDA, Mario Alighiero. História da Educação: da antiguidade aos nos-sos dias. Tradução: Gaetano Lo Monaco; revisão da tradução Rosa dos Anjos Oliveira e Pablo Nosella. 12ª Ed. São Paulo. Cortez, 2006. QUINTANEIRO, Tania et al. “Um toque de clássicos: Marx; Durkheim; Weber. ED. UFMG, Belo Horizonte, 2007. Vitor Reis* - Renato Queiroz** São Acadêmicos do Curso de História do Centro Universitário ABEU. Contato com os autores em (reisdemelovitor@yahoo.com.br). Artigo aprovado e indicado para publicação por Ch Penha Projetos Educacionais em 03 de junho de 2015. Acesso em http://chpenhaprojetoseducacionais.blogspot.com.br

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