quinta-feira, 11 de abril de 2013

No Estadão: Faculdades de pequeno porte pedem mudanças em avaliações do ensino superior.

Newsletter (Agência Brasil). Para entidade, MEC deveria flexibilizar porcentual de professores titulados e nº de horas para docência. Instituições de ensino superior particulares de pequeno e médio porte pedem mudanças nas avaliações do Ministério da Educação (MEC) e uma maior participação no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Reunidos em Brasília nesta terça-feira, 9, representantes dessas escolas apresentaram dados e discutiram problemas e avanços no setor. Segundo dados divulgados pelo Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp), as instituições de ensino privado com até 2 mil alunos representam 59% do ensino superior no País. "São instituições diferentes das de grande porte. A maioria está localizada no interior, nos locais onde as grandes não chegam. Elas estão inseridas no contexto local e apresentam muitas vantagens tanto para os estudantes quanto para os contextos em que estão inseridas", destacou a diretora acadêmica da Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (Abmes), Cecília Horta. De acordo com a diretora, essas instituições deveriam receber uma avaliação de qualidade de acordo com o contexto em que estão inseridas. "Muitas têm conceito 1 ou 2 no MEC (considerados insuficientes) por não cumprirem as exigências de formação do professor, que devem ser mestres ou doutores, e de dedicação mínima de 20 horas semanais dos docentes." Segundo ela, isso não diminui a qualidade ou a importância da instituição. A Faculdade de Tecnologia de Piracicaba (Fatep), com cinco anos de existência, é a primeira voltada para o setor na cidade paulista. Na região está instalada uma fábrica de automóveis da Hyundai e, de acordo com o diretor e mantenedor da Fatep, Marcos Antonio de Lima, muitos estudantes trabalham no setor. "Para mim seria melhor contratar professores que tivessem contato diário com o mercado, mesmo que não tenham títulos acadêmicos. Mas, para obter uma boa avaliação, tenho que ceder em alguns pontos." Ele disse que, em relação à carga horária, para cumprir as 20 horas semanais, professores têm de dar aulas além da disciplina principal, de outras relacionadas à competência. "Em vez disso, poderia ter duas jornadas parciais de professores especialistas nessas competências, ou mesmo horistas (profissionais que têm a remuneração calculada por hora de trabalho), que dividissem o tempo entre a sala de aula e o mercado de trabalho." Outra demanda das instituições é uma maior participação no Fies. A concessão do crédito, para os dirigentes, atrairia mais estudantes e tornaria as faculdades mais acessíveis. No entanto, para participar do programa, as instituições precisam de uma avaliação positiva, o que não ocorre com grande parte delas. Outra situação enfrentada pelas pequenas instituições é a concorrência com as de grande porte. De acordo com os números divulgados pelo Semesp, em 2009 eram 1.363 estabelecimentos de pequeno porte; em 2011, o número caiu para 1.231. "Temos de enfrentar o poder e a força política e econômica dos grandes grupos. A nossa faculdade já recebeu ofertas de compra mais de uma vez", disse a diretora acadêmica da Faculdade Nobre de Feira de Santana (BA), Célia Chistina Silva Carvalho. A instituição oferece principalmente cursos na área da saúde. "Foi feito um levantamento e esses cursos foram identificados como as maiores demandas." A instituição atende, na maioria, jovens do entorno da região. "A faculdade representa um vetor de desenvolvimento inquestionável e contribui para a interiorização da educação." Acesso em http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,faculdades-de-pequeno-porte-pedem-mudancas-em-avaliacoes-do-ensino-superior,1019348,0.htm

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