sexta-feira, 5 de abril de 2013

‘O maior problema é a mudança de mentalidade’

Por Redação Link(Criador da ‘Scratch’ critica o ensino convencional) (Foto: Wikicommons/Flickr) LOGIN: Mitchel Resnick, pesquisador do MIT. Quais os conceitos do jardim de infância que poderiam ser levados para a educação em geral? Quando penso sobre o aprendizado, penso em um processo: primeiro a criança imagina algo, digamos um prédio, e logo ela começa a materializar o que imaginou com os objetos disponíveis. Criando. Com isso, elas aprendem sobre estabilidade, o que faz as coisas ficarem em pé ou caírem. Então elas brincam e colaboram – outra crianca pode vir e fazer uma estrada na frente do prédio original. Talvez o prédio caia e, se isso acontecer, a criança vai pensar no porquê e no que fazer para que ele não desmorone mais, trazendo conceitos de estabilidade. Esse processo cria uma ideia melhor que será construída na próxima vez. As crianças podem se aperfeiçoar brincando. Precisamos construir ferramentas e métodos que levem esse processo em conta. Como as crianças deveriam aprender no século 21? Qual é o maior desafio para a reinvenção da sala de aula? Não acredito na divisão estrita de conhecimento por disciplinas e muito menos no método em que o professor apenas dita como tudo deve ser feito e o aluno apenas segue. Muitos diriam que uma das maiores dificuldades é educar os professores sobre as novas tecnologias que podem ser usadas em sala de aula, mas eu pessoalmente acho que o maior problema é a mudança de mentalidade no ensino. Hoje o método mais comum de ensino é o professor apenas entregando informação e o aluno apenas recebendo. Mas eu acredito que uma verdadeira mudança aconteceria com o professor funcionando como um guia e com as crianças aprendendo juntas, em colaboração. Vejo isso acontecendo no software que eu idealizei, o Scratch. Naquela plataforma, é muito comum que as crianças ensinem umas às outras a evoluir no uso do programa e que remixem as animações alheias. Além dos seus próprios projetos, quais outras iniciativas do setor você destacaria? Tenho grande interesse no fortalecimento do chamado movimento “maker”, que traz muito da lógica do faça-você-mesmo para a criação de objetos e tecnologias. Acredito que isso pode ser muito bem adaptado para o ensino infantil, como mostram conceitos como Makey Makey, que realmente abre as portas para a criatividade, e Little Bits, outro um produto muito bem desenhado para esse público. Ao serem expostas a ferramentas deste tipo, as crianças aprendem seguindo a própria paixão e intuição. Acesso http://blogs.estadao.com.br/link/o-maior-problema-e-a-mudanca-de-mentalidade/

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